Já está definida a data para a aventura.

Já está definida a data para a "maluqueira" ou melhor dizendo "aventura".

A partida irá ser no domingo, dia 5 de Abril pelas 8 horas da manhã.

A caravana fará o trajecto por estradas nacionais até Elvas entrando depois em território espanhol continuando o seu percurso rumo a Tarifa, onde se efectuará a travessia em ferry do estreito de Gibraltar.

Atendendo à curta autonomia proporcionada pelas scooters que, em boa verdade, não foram pensadas para viagens de longo curso, a gestão das paragens para abastecimento terá de ser feita com algum cuidado para que se consigam cumprir médias de consumo e de viagem rigorosas.

Eis o percurso a efectuar até Tarifa:

1º DIA

Porto (pela N1) até Coimbra, onde reabasteceremos, seguiremos para Condeixa onde passaremos à N110 em direcção a Penela, seguiremos por Tomar e Abrantes (onde faremos novo reabastecimento), seguiremos por Rossio ao Sul do Tejo, Ponte de Sôr, seguindo pela N2 a caminho de Montemor-o-Novo (novo abastecimento), Évora, Reguengos de Monsaraz e Mourão, onde abasteceremos novamente e pernoitaremos nas margens da Barragem do Alqueva.

A primeira e exigente primeira etapa, terminará aqui. A exigência maior será ao nível da paciência de cada um do que pelo cansaço causado pela distância da viagem.

Quem está habituado a conduzir máquinas com cilindradas e potências mais de dez vezes superiores às destas scooters tem necessáriamente de alterar o seu método de condução e ser muito mais rigoroso na manutenção das médias horárias e consequentemente gerir os tempos de paragem.

2º Dia

Levantar-nos-emos cedo, arrumaremos o material e trataremos de tomar um pequeno-almoço reforçado rematado por um café expresso à portuguesa. Não podemos esquecer que em Espanha, os expressos têm um paladar duvidoso.

Entraremos na EM 385 a caminho de Vila Verde de Ficalho e entraremos em Espanha seguindo pela A493, atravessando Cabezas Rubias, Calañas, até Valverde del Caminho onde pararemos para abastecer.

Seguir-se-ão La Palma del Condado, onde entramos na A472 que nos levará até Sevilla onde faremos mais um abastecimento.

Daí rumaremos a Utrera, Arcos de La Frontera,(novo abastecimento), Medina de Sidonia, Vejer de la Frontera, Barbate e ... finalmente TARIFA .

Em Tarifa faremos novo abastecimento e embarcaremos rumo a África.

Aqui começará efectivamente a parte mais aventureira da nossa viagem...

MOTOCICLISMO DE AVENTURA

O motociclismo na sua vertente de aventura é um desporto que vem ganhando uma cada vez maior popularidade nos últimos anos.

Companhias como a BMW, KTM, HONDA, MOTOGUZZI e mais recentemente a YAMAHA tem vindo a desenvolver motos de altas performances baseadas nos seus modelos de todo o terreno, dotadas de capacidades e flexibilidade que lhes permitem enfrentar todos os desafios que lhes sejam colocados, sejam eles em percursos de estrada ou fora dela.

Trata-se de um desporto destinado a motociclistas experientes, capazes não só de fazer face aos constragimentos de máquinas mais volumosas e pesadas como sobretudo com maior endurance física e psicológica que lhes permitem enfrentar de forma resoluta as situações inesperadas que as longas viagens acabam sempre por proporcionar.

Enquanto os chamados desportos radicais ou de aventura estão geralmente mais vocacionados para uma camada jovem de praticantes o motociclismo de aventura é muito mais abrangente e é praticado por uma faixa etária bastante mais alargada.

É evidente uma necessidade de descoberta e realização pessoal por parte de uma camada da população que se pode identificar como possuindo uma maior formação e consciência daquilo que quer, que não se revê nos estereótipos da sociedade mais consumista que opta por produtos normalizados, habituada a viajar através de agências de viagem que acabam por propor pacotes de férias que pouco acrescentam aos conhecimentos de outros povos e realidades de vida.

Quer seja através de clubes e associações formais, quer seja através de comunidades virtuais, o mototurismo tem vindo a revelar-se uma aposta cada vez mais forte e representa hoje um valor económico no segmento do turismo que não deve ser negligenciado.