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terça-feira, 21 de abril de 2009

Asilah com as bombas de combustível secas.








A viagem de regresso foi feita rumo à costa atlântica de Marrocos.

Chegamos a Meknes pelas três e meia da tarde. Como nenhum dos meus companheiros tinha estado anteriormente em Marrocos decidimos ir dar uma volta pela medina para que eles a ficassem a conhecer.

Assim lá fomos nós montados nas nossas máquinas zumbidoras, medina adentro, para grande espanto dos locais.

Vira à esquerda, vira à direita, não tardou muito que estivessemos perdidos nas ruas labirínticas da medina de Meknes.

Com a indicação de uns e outros residentes locais lá acabamos por encontrar o caminho de saída das muralhas.

Eu e Ilídio ficamos a fazer de "gardiens" enquanto o Xuma, o Amadeu e o Diogo foram dar uma volta para fazer as últimas compras.

Mal estacionamos as motos logo se aproximou de nós um tipo envergando um colete fluorescente, daqueles que somos obrigados a usar para trocar um pneu, apresentando-se com gardien do parque de estacionamento.

Eu expliquei-lhe que era eu o gardien das motos e que não necessitavamos dos seus serviços.

O tipo enfureceu-se e disse-me que eu não era marroquino e como tal não podia ser o gardien.

A brincar lá fui contra-argumentando e a discussão ficou resolvida com a oferta de duas t-shirts e com o nosso auxílio nas manobras de estacionamento das viaturas que iam chegando.

De Meknes partimos rumo a Volubilis, onde chegamos por volta da seis da tarde.

Mal estacionamos começa novo carnaval com o "gardien" da zona.

O tipo, novamente envergando o famoso colete fluorescente, começa a insistir no pagamento de 50 dhm por cada moto. Digo-lhe que não pago esse valor e ele manda-me retirar as motos do local.

Como me prontifiquei a levar as motos para a berma da estrada o sujeito começou a vociferar em árabe misturado com francês dizendo que ali também era parque e como tal teria de pagar os 50dhm.

Já sem paciência disse-lhe que não pagava nada e que as motos iriam ficar ali mesmo e se eventualmente alguma coisa lhes acontecesse na nossa ausência que eu iria imediatamente chamar a polícia.

Muito aborrecido e óbviamente a contra-gosto lá se calou (não deixando com certeza de me rogar uma praga pela minha atitude).

Volubilis é uma vila romana com 42ha em razoável estado de conservação. Faz lembrar um pouco Conímbriga e é ponto de visita obrigatória a quem vista a região.

Como já estava a entardecer limitamos-nos a fazer as fotos de grupo deixando a visita mais aprofundada para uma próxima visita.

Fizemos-nos à estrada e era já noite cerrada quando chegamos a Sidi Kacem.

Sidi Kacem é uma cidade industrial onde existe uma refinaria e que parece estar num estado mais caótico do que a maioria das cidades marroquinas.

As ruas esburacadas, a falta de sinalização e a parca iluminação tornam-na pouco acolhedora à primeira vista, mas como era tarde teríamos que pernoitar ali.

Procurei no GPS por alojamento e ele indicava-me um hotel Al-Magrhebe. Percorri a avenida de cima a baixo mas do hotel nem sinal.

Olhando mais atentamente para o ecran do GPS podia ver conforme me ia afastando ou aproximando do ponto em que o hotel estava assinalado.

Não me restou outra alternativa que não fosse perguntar a sua localização a um dos locais.

Lá fomos nós ver se havia quarto e quais os preços.

Os quartos eram aceitaveis e o preço também (70 dhm) por pessoa. O quarto que me calhou a mim e ao Xuma estava a sofrer melhoramentos. Bom, melhoramentos é um termo um pouco generoso, na realidade estava a ser pintado e o conceito de pintura marroquina é um pouco diferente do nosso.

Os trolhas pintavam as paredes, a caixilharia das janelas, enfim tudo por onde a trincha passasse.

Nas janelas havia uma cortina feita com rede plástica verde, do tipo mosquiteiro, que servia para, penso eu dar alguma privacidade. Mas tinha casa de banho completa.

Pousamos as nossas tralhas e o Xuma foi inspeccionar os lençóis.

Por sugestão sua achamos melhor abrir os sacos cama e dormir dentro deles.

Na manhã seguinte decidi tomar um banho e enfiei-me debaixo do chuveiro. No início senti um formigueiro quando sentia a água escorrer-me pelo corpo. Pensei que teria algo a ver com o facto de estar dorido da queda mas ao mudar o chuveiro de posição apanhei mesmo um choque.

Não posso crer. Será que é mesmo um choque eléctrico?

Afasto-me do chuveiro e reparo que o cilindro de aquecimento da água tem o fio de terra pendurado sem estar ligado.

Desligo então a tomada da corrente e termino o banho com a água quase fria...

Depois de um pequeno almoço rápido arrancamos rumo a Alcácer Kebir.

Alcácer Kebir é uma cidade de aspecto moderno (pelos padrões marroquinos) mas sem interesse especial. Fazemos uma foto de grupo junto à placa toponímica da cidade e seguimos para Larache onde fazemos uma pausa.

Larache começa a parecer mais uma qualquer cidade costeira espanhola ou portuguesa do que propriamente marroquina. Na verdade se não fossem as inscrições em árabe poderíamos facilmente ser induzidos em erro quanto à sua localização.

Como estavamos adiantados em relação ao previsto decidimos seguir pela costa e tentar arranjar um alojamento ou parque de campismo e atravessar o estreito apenas no dia seguinte.

Dos vários locais que tentamos apenas um tinha parque de campismo mas era tão caro que decidimos ir continuando até Asilah.

Em Asilah as motos estavam a necessitar de reabastecer e por isso visitamos várias bombas que, infelizmente para nós estavavam sem combustível.

Já a ficarmos preocupados decidi abordar um brigada da Sureté National indagando onde poderíamos obter combustível. Muito solicitamente os agentes informaram-nos de que não havia combustível em Asilah. A única bomba ainda a funcionar era a que estava localizada na auto-estrada.

Como as nossas motos não podem circular na auto-estrada eu perguntei-lhe por uma outra solução. Eles perguntaram-me para onde íamos e quantos litros iríamos necessitar.

Perante a minha resposta, o agente interpelou um individuo que se fazia deslocar num triciclo com motor de moto (penso que teria 250cc) e pediu-lhe para ir buscar gasolina para nós à tal bomba na auto-estrada.

Como agradecimento pela gentileza convidei-os tomarem um chá connosco mas eles educadamente declinaram o convite.

Entretanto alguns dos meus companheiros aproveitaram para visitar Asilah enquanto eu e o Ilído ficamos a bebericar mais um whisky berbére à espera da chegada da gasolina.

3 comentários:

Rui Tavares disse...

Boa tarde.
Sou um fã de Scooters e seguidor da vossa aventura. Gostaria de saber como e por onde vai ser a vossa chegada.
Cumprimentos
Rui Tavares
www.heinkelnorte.pt.vu
www.scooterpt.com

Angelblue disse...

AHAHAHAH olha pelos vistos a nossa aventura foi muito semelhante com a vossa é que tambem tivemos problemas com um tal guardião de colete LOL Tenho acompanhado a vossa viagem e adorado a crónica. Aos poucos tambem vou colocando no meu Blog a nossa, e preparo a cronica para o forum VSTROM. Fico muito contente de saber que chegaram bem. Beijinhos

Xuma disse...

Boas Rui Tavares.
Chegamos no passado dia 17.
Ainda bem que estas a gostar da crónica, aconselho o passeio vivamente.